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nuvem de poeira vinda do Saara

a nuvem de poeira vinda do Saara e o recurso solar

Os dados de observação da terra, tal como o algodão, não enganam.

Entre os dias 15 e 17 de março vimos o céu em Portugal e em parte de Espanha e França “pintado” de tons de laranja e cinzento (chegando em alguns casos a parecer uma cena tirada de um filme). Um fenómeno que a poucos passou despercebido, tal o impacto visual e mediático.

A causa foi prontamente divulgada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA): tratava-se de uma suspensão de poeiras vinda do Deserto do Saara, levantada por ventos fortes no norte de África e trazida por um fluxo vindo de Sul (ambos devido à presença de uma tempestade tropical, a depressão Célia).

Foram várias as consequências deste fenómeno, tais como menor visibilidade, degradação da qualidade do ar, ou uma redução da produção de energia solar. Para aqueles que queiram ter uma visão geral sobre o tema, sugiro a leitura de um texto escrito pela investigadora Alexandra Monteiro da Universidade de Aveiro.

Do meu lado, e tendo em conta o público-alvo desta revista, vou focar-me nos impactos deste fenómeno (nuvem de poeira) no solar. Começo por partilhar alguns números impressionantes das Redes Energéticas Nacionais (REN) trazidos a público pelo Jornal de Notícias: este episódio levou a uma quebra de cerca de 50% em média na produção de energia solar fotovoltaica (52%, 72% e 23% nos dias 15, 16 e 17, respetivamente). Mas o que levou a esta quebra, exatamente? A consulta de qualquer fotografia que documente este acontecimento durante o dia (Figura 1) permite-nos chegar a uma resposta qualitativa: a perceção condicionada que temos da cor, brilho e visibilidade indicam-nos que esta camada de poeira levou a que uma menor quantidade de radiação solar, a que informalmente chamamos de “luz solar”, chegasse à superfície terrestre.

Importa então começar por fazer uma análise quantitativa mais a montante, focada no recurso solar e na compreensão da magnitude deste impacto. Para tal, tornam-se fundamentais os dados de observação da Terra – informação recolhida com a intenção de monitorizar e avaliar o estado do planeta.

Rodrigo Amaro e Silva
Investigador na Universidade MINES ParisTech (França)

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