A neutralidade carbónica, que se pretende atingir no horizonte 2050, passa necessariamente pelo reforço do armazenamento energético, existindo variadas soluções com diferentes graus de maturidade, custo e dificuldade de implementação. Neste artigo, destacamos duas tecnologias com elevada maturidade no mercado e a tecnologia de armazenamento em hidrogénio.
Tecnologias
O armazenamento de energia é atualmente um dos temas críticos no que concerne à segurança do abastecimento e à gestão das redes elétricas, e a sua importância é cada vez maior, devido ao aumento generalizado das centrais fotovoltaicas, que utilizam os pontos de ligação à rede somente durante uma parte do dia. Existem várias tecnologias/sistemas de armazenamento de energia destinadas ao abastecimento de energia elétrica, que permitem aproveitar o excedente de eletricidade durante as horas de baixo consumo para, mais tarde, ajudar a suprir as necessidades durante as horas de ponta. Vejamos algumas delas.
O armazenamento por bombagem hidroelétrica é atualmente o sistema mais eficiente para armazenar energia em larga escala. É de longe a solução mais rentável e proporciona estabilidade, segurança e sustentabilidade ao sistema elétrico, gerando uma grande quantidade de energia com um tempo de resposta muito rápido. Este tipo de sistema permite armazenar energia quando há excedente de produção, utilizando a energia elétrica para bombar água de um reservatório inferior para um outro situado a uma altura mais elevada. Quando existe necessidade de produzir energia, a água é enviada do reservatório que se encontra a uma cota superior, para o de cota inferior, convertendo a energia potencial em energia elétrica através de uma turbina.
A bombagem hidroelétrica é utilizada em particular em situações em que as restrições técnicas de exploração das centrais térmicas não permitem a adaptação da sua produção à variação do consumo. Tal ocorre, por exemplo, em sistemas com grande produção de eletricidade, uma vez que estas unidades não apresentam flexibilidade de operação para se adaptarem a baixos níveis de carga das horas noturnas. Em alguns sistemas, com o crescimento da produção de eletricidade eólica, passou a ocorrer uma situação distinta, associada a períodos onde existe excesso de recurso eólico face ao nível de consumo. Apesar de, neste caso, ser possível desligar ou reduzir a produção dos aerogeradores, o que não é possível no caso das centrais com grande produção de eletricidade, estaríamos a desperdiçar energia renovável, sendo normalmente mais interessante proceder ao seu armazenamento.
ADENE – Agência para a Energia
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