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Eólico offshore: perspetivas para Portugal

Future Energy Leaders Portugal salientam a relevância do investimento no setor eólico offshore como meio de assegurar a independência energética nacional e impulsionar a economia.

Os Future Energy Leaders Portugal (FELPT) realizaram a 2 de maio o debate “Eólico Offshore: Perspetivas para Portugal”.
O evento, no formato “Energia em Debate”, reuniu 196 participantes, contando com a presença de João Peças Lopes, Professor Catedrático na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Luísa Amorim, Wind Analyst na BloombergNEF, José Pinheiro, Diretor Regional do Sul da Europa da Ocean Winds, e de Pedro Amaral Jorge, Presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).
Na intervenção de abertura, Pedro Ferreira, Presidente dos FELPT, apresentou o Programa e introduziu os objetivos e o propósito do debate sobre “Eólico Offshore: Perspetivas para Portugal”, realizado em parceria com a Associação Portuguesa da Energia. De acordo com o Presidente dos FELPT, é imperativo um investimento racional no setor eólico offshore, visando a criação de uma supply chain industrial que gere empregos qualificados e incorpore o conhecimento e a experiência nacional do setor das energias renováveis. O investimento nesse setor permitirá um aumento na competitividade nacional, assegurando sustentabilidade ambiental, segurança energética e desenvolvimento económico.

Posteriormente, realizou-se uma sessão de debate em formato mesa-redonda, moderada por Nelson Luís, membro dos FELPT em que, estiveram presentes reconhecidos especialistas do setor energético nacional: Pedro Amaral Jorge, João Peças Lopes, José Pinheiro e Luísa Amorim, que trouxeram a sua visão e experiências para o debate sobre o setor eólico offshore em Portugal.
Na opinião de Pedro Amaral Jorge, Presidente da APREN, o aumento da potência renovável, a flexibilidade do consumo e o armazenamento a curto, médio e longo prazo são a solução para a transição energética. Adicionalmente, referiu que o consumo não pode ser visto de forma incremental, mas sim através de saltos quantitativos representativos. Na opinião de Pedro Amaral Jorge, é expectável um grande incremento do consumo elétrico nos próximos anos, em parte devido à estratégia de descarbonização da indústria nacional, e a eólica offshore poderá ter um papel essencial para facilitar a transição energética.
Por sua vez, João Peças Lopes, Professor na FEUP, revelou que a rede elétrica do futuro vai ser uma rede gerida de uma forma mais flexível, onde vamos tomar partido da flexibilidade que é oferecida do lado da procura, pela própria produção, pelo armazenamento e pelas capacidades de receção que até aqui eram definidas para todas as condições de operação e passaram a ser capacidades de receção condicionadas à ocorrência de contingências. João Peças Lopes, acrescenta que nos próximos anos, ao atingir-se a maturidade tecnológica da eólica offshore, o custo de produção elétrica desta tecnologia, LCOE (Levelized Cost of Energy), poderá rondar os 50 €/MWh.

Na sua intervenção José Pinheiro, Diretor Regional do Sul da Europa da Ocean Winds, indicou que o caminho do desenvolvimento do setor, em Portugal, se revela promissor. Acrescentando que se o nosso país quiser participar no desenvolvimento da indústria offshore poderá recolher fortes benefícios económicos entre os quais se incluem emprego especializado, infraestruturas locais e a criação de uma rede de fornecimento internacional com capacidade exportadora de bens e serviços. Adicionalmente, José Pinheiro destaca o papel relevante que esta tecnologia poderá ter na descarbonização nacional.
Na opinião de Luísa Amorim, Wind Analyst na BloombergNEF, devem ser introduzidos novos critérios para além do preço (bid price) nos critérios dos leilões. Estes critérios podem ser qualitativos, associados a investimento e a inovação. Nos Países Baixos as candidaturas que foram avaliadas previam uma pontuação de 10% para o preço e o restante para o esforço de integração na rede por meio de energias complementares, por exemplo geração de hidrogénio via eólica offshore.
Na sessão de encerramento, o Presidente da APE, João Torres reforçou que em Portugal “temos bom vento, temos muito sol, temos água que tem que se utilizar bem. São recursos endógenos. É essencial que Portugal faça destas tecnologias desafiantes a sua bandeira e que trabalhe para se afirmar neste tempo global. Nesse sentido, eventos como este reforçam a mobilização de todos!”.

FELPT – Future Energy Leaders Portugal
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