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Fontes fósseis superam renováveis

Fontes fósseis superam renováveis na produção de eletricidade na UE em 2021

Em 2020, as energias renováveis já tinham conseguido ultrapassar os combustíveis fósseis, mas a situação reverteu-se com a retoma económica pós-Covid e a guerra na Ucrânia.

O fornecimento total de energia elétrica na União Europeia aumentou 4,2% em 2021 relativamente a 2020, segundo dados divulgados pelo Eurostat neste último dia do mês de junho, e que ainda revelam um regresso aos combustíveis fósseis como a principal fonte da geração de eletricidade, mas ainda assim abaixo dos níveis de 2019.

Em 2020, as energias renováveis já tinham conseguido ultrapassar os combustíveis fósseis, mas a situação reverteu-se com a retoma económica pós-Covid e a guerra na Ucrânia. Neste cenário, a geração de eletricidade a partir de alguns combustíveis fósseis sólidos aumentou substancialmente em 2021: 13,7% em 2021, face a 2020. Os maiores aumentos registaram-se no carvão betuminoso, ou hulha, (mais 25,6%) e na lenhite (mais 16,2%). Mas se a comparação for face aos níveis pré-pandémicos (2019), regista-se uma queda de 8% nestes combustíveis.

Nas energias renováveis, os dados de 2021 mostram os maiores aumentos na eletricidade produzida a partir de energia solar (mais 13%), seguida por biocombustíveis sólidos (mais 9,6%). Por outro lado, diz o Eurostat, devido a condições climatéricas desfavoráveis, a geração de eletricidade hídrica e eólica diminuiu 1,2% e 3,0%, respetivamente.

Ao nível dos maiores contribuintes para o sistema de produção de eletricidade da UE em 2021 foram: o nuclear com 731 TWh, o gás natural (com 550 TWh), o vento (386 TWh), a hídrica (com 370 TWh), a lenhite (com 227 TWh), outro carvão betuminoso (com 193 TWh) e o solar (163 TWh). Quanto ao consumo de produtos de petróleo, após uma queda maciça de 12,4%, para 2021 as estimativas mostram um aumento de 5% em relação ao ano anterior, mas ainda abaixo dos níveis pré-pandemia. Em comparação com 2019, os dados de 2021 mostram um consumo de derivados de petróleo de menos 8,1% menor.

Apesar de os preços do gás natural terem disparado para máximos históricos, principalmente no segundo semestre de 2021, o consumo registado foi o mais alto dos últimos dez anos na UE, atingindo 15,8 milhões de terajoules (TJ), o que indica um aumento de 3,9% em relação a 2020. As importações líquidas de gás natural representaram 86,4% do consumo interno da UE em 2021, apresentando um aumento de 4% face a 2020. ano.