Discute-se a necessidade da criação de alianças estratégicas entre o mundo académico e o empresarial, particularmente ao nível do desenho, desenvolvimento e melhoria da oferta formativa conferente e não conferente de grau em áreas emergentes. Exemplos de iniciativas lideradas pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) neste domínio ilustram como a cooperação entre universidades, empresas, organizações e parceiros sociais pode impulsionar a empregabilidade e a integração bem-sucedida de atuais, novos e futuros profissionais na sociedade.
Desenvolvimento
Vivemos num mundo global e em constante mudança, onde a aprendizagem ao longo da vida é crucial para o sucesso de qualquer indivíduo ou organização. Face aos rápidos desenvolvimentos tecnológicos sem precedentes a que assistimos, naquela que é cada vez mais a quarta revolução industrial1, espera-se que a natureza do trabalho e das profissões sofra alterações significativas. Se, por um lado, áreas como a robótica ou a inteligência artificial colocam em risco diversas ocupações, por outro lado contribuirão para a criação de novos perfis e carreiras profissionais2.
Tal dinâmica exige um sério compromisso com a formação contínua, quer numa perspetiva de atualização (upskilling), quer de reconversão de competências (reskilling). Em Portugal, ainda que valorizada pelas empresas, a formação contínua está longe de se traduzir numa prática generalizada3. A capacidade de inovação e o número de trabalhadores com competências digitais básicas ou superiores continuam abaixo da média da União Europeia, apesar do forte investimento público (por exemplo, o governo português destinou cerca de 4 mil milhões de euros ao ‘Programa Temático Inovação e Transição Digital’, apostando na formação dos ativos empregados para uma transição digital mais justa e inclusiva até 20304).
Os benefícios da formação contínua são hoje indiscutíveis, tornando-a num fator de diferenciação competitiva para as empresas. A participação em atividades de formação tem vindo a ser associada a uma maior produtividade e a melhores salários dos trabalhadores, refletindo-se em ganhos de reputação, margens de lucro mais elevadas, e em clientes mais satisfeitos5. As oportunidades e os investimentos na formação contínua determinam também a capacidade de atração e retenção de profissionais em território nacional6; mais formação resulta em trabalhadores e equipas mais motivadas e, dessa forma, em maior permanência e menos turnover.
- www.weforum.org/agenda/2016/01/the-fourth-industrial-revolution-what-it-means-and-
-how-to-respond/ ↩︎ - https://doi.org/10.1016/j.techfore.2016.08.019 ↩︎
- www.gep.mtsss.gov.pt/documents/10182/37636/rafc2022pub.pdf/b0e9bcfa-d995-4791-a0da-7315284f0421 ↩︎
- https://centro.portugal2030.pt/wp-content/uploads/sites/19/2022/12/sfc2021-PRG-2021PT16FFPR009-1.2_PITD.pdf ↩︎
- www.joseneves.org/guia/guia-para-empresas-como-apostar-na-formacao-dos-trabalhadores ↩︎
- www.greatplacetowork.pt/melhores-lugares-para-trabalhar-relatorio ↩︎
Gonçalo Cruz, Tatiana Ferreira, Mariana Guerra, José Paulo Cravino
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
Para ler o artigo completo faça a subscrição da revista e obtenha gratuitamente o link de download da “renováveis magazine” nº57. Pode também solicitar apenas este artigo através do email: a.pereira@cie-comunicacao.pt