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Horta solar Un Lisboa

Horta Solar impulsiona sustentabilidade e inovação

Projeto pioneiro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa é criado em ambiente escolar e alia a plantação de alimentos à produção de energia limpa em pleno centro da cidade de Lisboa. Sessão de plantação e encontro científico sobre tecnologia agrovoltaica são as atividades de celebração previstas para o dia 21 de março.

A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS ULisboa) celebra, no dia 21 de março, o 2.º aniversário da Horta Solar, um projeto inovador que alia a plantação agrícola à produção de energia limpa. Integrado no Campus Solar e no Laboratório Vivo para a Sustentabilidade em Ciências, este sistema agrovoltaico tem demonstrado como a tecnologia e a natureza podem coexistir e beneficiar-se mutuamente.

A celebração do segundo aniversário da Horta Solar será marcada por duas atividades. De manhã, a partir das 10h00, a comunidade académica vai participar numa sessão de plantação que dará início à cultura de primavera, promovendo a interação entre estudantes, professores e voluntários num ambiente de aprendizagem prática (NOTA: realização da atividade sujeita às condições meteorológicas). De tarde, a partir das 14h00, o anfiteatro FC.ID, receberá um encontro científico dedicado à tecnologia agrovoltaica, onde serão apresentados novos projetos que começam a surgir noutras instituições de ensino superior no nosso país.

Desde a sua inauguração em março de 2023, a Horta Solar tem sido um verdadeiro laboratório a céu aberto, estudando o impacto do sombreamento dos módulos solares nas culturas agrícolas e o efeito das plantas na eficiência da produção de eletricidade. O microclima criado pelas culturas reduz a temperatura dos painéis solares, aumentando a sua eficiência fotovoltaica. Por outro lado, algumas culturas, como o feijão e a alfarroba, prosperam melhor sob a sombra dos painéis, enquanto outras, como o milho, necessitam de exposição direta ao sol.

Além de contribuir para a inovação na produção sustentável de alimentos e energia, a Horta Solar também investiga a retenção de humidade no solo e o efeito da refletividade das plantas na eficiência dos módulos bifaciais.

Ao longo destes dois anos, a Horta Solar tem sido um centro dinâmico de educação e pesquisa, que envolve estudantes, professores e investigadores de diversas áreas. O projeto tem impacto direto no ensino de disciplinas como Sustentabilidade, Sustentabilidade Ecológica e Energia Solar, promovendo uma abordagem prática e interdisciplinar.”, explica o Professor Miguel Centeno Brito, coordenador do projeto. “Em colaboração com a equipa da Horta FCUL e o Permalab, a Horta Solar incorpora princípios da permacultura, um modelo agrícola regenerativo adaptado ao contexto urbano.”, conclui.

O espaço, localizado no campus da Faculdade de Ciências também integra o projeto DOMUS, que monitoriza a biodiversidade neste espaço. Com mais de 600 visitantes anuais, entre estudantes, académicos e público em geral, nacional e de outros países, a Horta Solar tem despertado um crescente interesse por soluções sustentáveis que aumentam a resiliência alimentar e energética das cidades. A nível académico, o projeto já acolheu cinco teses de mestrado.  

Ao completarmos agora dois anos do projeto da Horta Solar, reafirmamos o nosso compromisso com a inovação e a sustentabilidade. É um projeto que continuará a gerar conhecimento e a inspirar novas formas de integração entre tecnologia e natureza, demonstrando que a produção de energia e alimentos pode caminhar lado a lado”, refere ainda Miguel Centeno Brito.  

O sucesso desta iniciativa pode servir de modelo para a replicação de hortas solares em outras cidades, adaptando os princípios da tecnologia agrovoltaica e da permacultura a diferentes realidades urbanas. Com os desafios climáticos e ambientais a intensificarem-se, a Horta Solar reforça-se como um exemplo concreto de como a ciência pode contribuir para um futuro mais sustentável.

Sobre a Faculdade Ciências da Universidade de Lisboa | CIÊNCIAS ULisboa

CIÊNCIAS comemorou em 2011 o seu 1.º centenário e a sua história funde-se com a criação da primeira universidade portuguesa, a Universidade de Lisboa, em 1288.

É reconhecida como uma das mais prestigiadas instituições de ensino e investigação em Portugal, particularmente no domínio das ciências e áreas afins. Este prestígio advém da qualidade dos seus programas, que incluem 17 licenciaturas, 35 mestrados e 20 doutoramentos, refletindo-se num índice de empregabilidade de 98%.

A Faculdade acolhe 13 centros de investigação, reconhecidos pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, destacando-se pelo seu compromisso com a excelência na investigação e inovação. Este compromisso é evidente no desempenho per capita, que é o melhor da Universidade de Lisboa. O centro de inovação Tec Labs, localizado no campus, acolhe 40 startups, sendo 6 delas internacionais, com foco nas áreas da ciência e saúde.

O campus de CIÊNCIAS ocupa 1,5 hectares de espaços verdes e conta com infraestruturas para investigação fora do campus, como a herdade da Ribeira Abaixo, na Serra de Grândola, e o Laboratório Marítimo da Guia, em Cascais. A sustentabilidade é uma prioridade, promovida através do Laboratório Vivo para a Sustentabilidade, que inclui projetos de inovação social e ambiental como HortaFCUL, FCULResta ou Ciências e Harmonia

Diariamente, cerca de 5000 pessoas circulam pelo campus, que é frequentado por 6000 estudantes, 650 docentes e investigadores, além de mais de 200 colaboradores que fazem parte da instituição.