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Lisbon Energy Summit 2024 criar hoje o sistema de energia de amanhã

Lisbon Energy Summit 2024 criar hoje o sistema de energia de amanhã

Lisboa foi durante três dias o centro do mundo da energia, reforçando a imagem e esforço de Portugal no desenvolvimento de energias limpas no contexto da transição energética. Mas há ainda muitos espinhos no caminho para a descarbonização. A começar por uma verdade insofismável que pairou no evento, nas conversas e nos painéis de discussão: nenhuma transição energética poderá ser feita contra a vontade das pessoas. A Lisbon Energy Summit regressa a Lisboa em Junho do próximo ano.

Este ano dedicada ao tema “Criar hoje o sistema de energia de amanhã“, a Lisbon Energy Summit, evento europeu de referência para o setor energético, decorreu entre 27 e 29 de Maio na FIL – Centro de Congressos e Exposições de Lisboa, no Parque das Nações. A “renováveis magazine” foi media partner do evento.

Mais de 2000 visitantes, 350 delegados internacionais e representações de 50 países, governantes, promotores de projetos, operadores de redes, investidores e executivos de grandes empresas do setor da descarbonização e da produção de energia convergiram numa visão panorâmica do mercado atual da energia, dos rumos de desenvolvimento e tecnologias desenhadas para consumar a transição energética na Europa, mas também dos constrangimentos associados à mudança em curso.

Estruturado em três grandes conferências com agendas específicas (Estratégia, Tecnologia, Hidrogénio e Descarbonização), integrando mais de três dezenas de painéis de discussão e apresentações, o evento de Lisboa incluiu, ainda, uma áreas de exposição para cerca de uma centena de empresas que comercializam soluções, serviços e tecnologias que aumentam a eficiência, reduzem as emissões de carbono e melhoram o desempenho dos negócios.

Debateram-se no evento temas centrais da gestão da transição energética de forma sustentável, aspetos estruturais dos modelos de geração e fornecimento energético, eletrificação, transporte, armazenamento, riscos potenciais de segurança no fornecimento de petróleo e gás, inovação, tecnologia, financiamento, políticas regulatórias e recursos humanos.

A Lisbon Energy Summit ofereceu de Portugal uma imagem de liderança e aprumo tecnológico associado às energias renováveis, com provas dadas no mercado, e, numa visão mais ampla, o reconhecimento formal dos méritos no esforço de transição e no facto de integrar o conjunto de países com o ambicioso propósito de atingir a neutralidade carbónica em 2050.

Humanização energética

Nas diferentes painéis de debate que ao longo dos três dias foram decorrendo juntando executivos do setor da energia, altos funcionários europeus e reguladores foi-se impondo uma reflexão transversal que se relaciona com a necessidade de convencer as pessoas dos méritos da transição climática, pois esta dificilmente se poderá fazer sem mobilização coletiva. Na verdade, muitos convidados foram mencionando constrangimentos a este nível que se têm estabelecido como obstáculos para uma maior e mais rápida disseminação de infraestruturas relacionadas com a mudança do paradigma energético. Neste cenário falou-se do exemplo da mineração do lítio em Portugal mas, também, das reticências
dos pescadores irlandeses com os parques offshore, que são a nova tendência de geração renovável eólica. Estas dores da mudança requerem melhor comunicação e, em geral, houve concordância na necessidade de demonstrar às populações e comunidades, de forma clara, os impactos e benefícios que energias mais limpas podem ter nas suas vidas.

LINHA DA FRENTE
ROBERT NISBET, antigo correspondente da Sky News e da BBC, responsável pela condução dos trabalhos na Lisbon Energy Summit, falou com a Renováveis Magazine sobre o balanço dos 3 dias do evento.

“Foi muito útil e um enorme desafio juntar diferentes vozes e visões do setor de energia, não só de diferentes governos de diversos países mas também fornecedores, pessoas envolvidas em contratação, operadores de redes de distribuição e outros atores da energia. Uma cimeira como esta permite-nos pensar em grande sobre necessidade de focar as nossas mentes para criar a transição energética. Muito útil também ter acontecido em Portugal, porque é um país na linha da frente das energias Renováveis, aproveitando um recurso maravilhoso que é o vosso sol. Há muitas lições que outros países podem aprender com Portugal. O que foi também realmente útil foi a cimeira ter começado com o anúncio da ministra portuguesa do Ambiente sobre os 140 milhões de euros disponibilizados para lançamento do leilão para compra de biometano, que mostra que o governo português lidera e que outros governos deviam seguir a mesma intenção de investimento”, disse-nos Robert Nisbet. Questionado se está otimista sobre a transição, Robert Nisbet considera que “a reflexão em torno das emissões zero e as políticas associadas mudaram em muitos países com a invasão da Ucrânia, virando o foco para a segurança energética e independência.”

texto e fotos por Carlos Saraiva

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Recorde algumas imagens do 1.º dia do Lisbon Energy Summit 2024