Introdução
De uma maneira global e generalista pode dizer-se que a bioenergia é a energia proveniente da biomassa, seja ela de origem vegetal ou animal. Esta matéria orgânica pode ser utilizada para produzir eletricidade, calor e combustíveis, nomeadamente líquidos e gasosos ou usada diretamente como biomassa sólida. São vários os tipos de matéria-prima disponíveis, geralmente classificados em 4 categorias:
- Culturas: produtos agrícolas ou florestais cultivados para a produção de energia;
- Resíduos agrícolas e florestais: gerados durante a colheita e o processamento primário de espécies agrícolas e florestais;
- Subprodutos orgânicos: resíduos orgânicos da agropecuária e do processamento secundário de espécies florestais ou da agroindústria;
- Resíduos orgânicos: lixo e esgoto doméstico, de serviços e industrial.
Os principais combustíveis produzidos a partir da bioenergia são o bioetanol, biodiesel e biogás, embora outros – como o biometano, obtido a partir da limpeza e purificação do biogás e o metanol que também pode ser produzido via biomassa – sejam também de assinalar. O bioetanol é produzido a partir de resíduos agroindustriais (exemplo: bagaço da cana-de-açúcar, resíduos de milho e de beterraba), o biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais (exemplo: soja, girassol, nomeadamente residuais) e o biogás é produzido pela decomposição biológica da matéria orgânica (exemplo: efluentes de suinicultura) na ausência de oxigénio.
Como referido, a bioenergia permite a diversificação da matriz energética, contribuindo para a mitigação dos gases de efeito de estufa, sendo de baixo custo comparativo a algumas soluções tecnológicas concorrentes, e geradora de negócio e emprego. De salientar que a produção de biomassa para fins energéticos não deve entrar em concorrência com a produção de alimentos e sim assentar essencialmente em resíduos, aproveitando-os.
Se quisermos traçar uma radiografia do binómio biomassa/energia em Portugal, podemos começar por dizer que esta, no que se refere à sua valorização essencialmente para fins energéticos, é um pilar muito importante do mix energético nacional, quer pela sua produção endógena quer pela estabilidade que confere a esse sistema, contribuindo para a independência energética nacional e para a segurança do
abastecimento de energia.
Luís Gil
Membro Conselheiro e Especialista em Energia da Ordem dos Engenheiros
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Fonte a imagem principal: VecMes | Freepik
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