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Ricardo Amorim Novaes [Spark-Wave Energy]: “estar na linha da frente da transição energética”

Ricardo Amorim Novaes [Spark-Wave Energy]: “estar na linha da frente da transição energética”

A Spark Wave Energy entrou em Portugal há cerca de um ano e pretende ser o parceiro de todas as empresas presentes em Portugal, na necessária transição energética. E Ricardo Amorim Novaes, Co-Head of Business Development, em entrevista à Renováveis Magazine confidenciou-nos o segredo para o sucesso da descarbonização: o sol que existe em terras lusas.

Renováveis Magazine (RM): Há cerca de 1 ano a Octopus Energy Generation entrou em Portugal ao criar a joint-venture Spark-Wave Energy, com um investimento de 100 milhões de euros até 2027. Quais são os objetivos que estiveram em cima da mesa desde o início?

Ricardo Amorim Novaes (RAM): A Octopus Energy Generation planeou uma grande aposta no mercado nacional, e como tal estabelecemos objetivos ambiciosos que se mantêm até ao dia de hoje, que passam por investirmos 100 milhões de euros até ao final de 2027 em projetos de autoconsumo, comunidades de energia e autoconsumo coletivo. A somar a isso pretendemos ser um player ativo na descarbonização da indústria, comércio e serviços em Portugal.

Sabemos que temos que ser muito eficientes e eficazes para atingirmos estes objectivos, mas através da nossa equipa sénior com track record no setor, excelentes parceiros instaladores, cumprimos rigorosos critérios de ESG na nossa atividade e na cadeia de fornecimento, e obviamente que dispomos de uma disponibilidade financeira que nos dá toda a confiança para lá chegarmos.

RM: Aumentar o mercado do autoconsumo industrial é a vossa grande meta?

RAN: O nosso objetivo, e mais importante, o nosso compromisso com o mercado português é contribuir de forma ativa para que as empresas portuguesas consigam estabilizar uma parte importante dos seus custos de energia e estar na linha da frente da transição energética. A descarbonização e eletrificação da indústria e serviços são fundamentais para a competitividade das empresas e no que está a acontecer. Como tal, temos que saber aproveitar ao máximo uma fonte de energia abundante no nosso país, o Sol, que permite produzir localmente energia elétrica a preços muito competitivos. Os nossos requisitos de engenharia e instalação são muito exigentes, e estamos a trabalhar todos os dias com os nossos parceiros para elevar a qualidade das centrais fotovoltaicas que iremos implementar, algumas já com acumulação de energia para que os clientes finais possam fazer frente aos desafios de curto e médio prazo. A Spark-Wave Energy será responsável por toda a gestão, operação e manutenção das centrais de autoconsumo, entregando às empresas a energia produzida à tarifa contratualizada.

RM: Num país como Portugal em que o sol é, quase, uma constante é muito difícil explicar as inúmeras vantagens da energia solar e/ou renovável?

RAN: Sim. Atualmente vai ser cada vez mais raro encontrar um português que não entenda a vantagem em aproveitar energia solar. Temos a sorte de viver num país onde o sol brilha durante grande parte do ano, e pode parecer fácil argumentar a favor das vantagens da energia solar e outras renováveis, mas ainda persistem algumas barreiras de compreensão e adoção. No entanto, o contexto natural do país também torna o nosso país num terreno fértil para promover estas soluções de forma convincente, aliado à experiência de mais de 15 anos no setor, e de um tecido empresarial competente com empresas reconhecidas lá fora, e que tem aguentado alterações legislativas, volatilidades enormes, crises, um pouco de tudo.

Não me canso de dizer, sempre que falamos deste tema entre família e amigos, ou em reuniões ou eventos, Portugal possui condições únicas para explorar a energia solar, e os dados mostram que a transição está em curso, não vamos voltar atrás. Mas é essencial continuar a informar a população sobre os benefícios reais e reforçar as vantagens económicas, acabar com o mito da subsidiação da energia solar.

por Helena Paulino

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