Distribuidora de soluções de energia solar fotovoltaica, a Solarshop assinalou o seu 13.º aniversário a 31 de outubro, com um dia festivo na companhia de cerca de duas centenas de convidados, sobretudo instaladores e fornecedores.
A celebração decorreu durante todo o dia na sede de empresa, na Junqueira, arredores de Ansião, em modo de convívio informal, com visitas guiadas às instalações, churrasco, bar em permanência e um variado programa lúdico que incluía matraquilhos, jogo do prego (martelar uma cavilha num cepo de madeira) e, até, a atuação do conjunto musical Império, muito popular na região.

Os convidados foram chegando durante todo o dia, muitos deles na sequência de um dia normal de trabalho, reforçando uma ideia de proximidade com as rotinas simples e genuínas que a empresa de Ansião tem cultivado ao longo dos treze anos de atividade.
A Solarshop começou por ser uma pequena empresa instaladora criada em 2011 por Pedro Lima, o atual CEO, engenheiro mecânico que se formou em 2008 na Universidade de Aveiro. No ano seguinte, era já uma plataforma de compras online de equipamentos fotoelétricos, percursora no seu ramo em Portugal. Treze anos depois é referencial na distribuição de equipamento e soluções para a captação e utilização de energia solar na zona centro do país, fatura 12 milhões de euros por ano e tem em andamento projetos de reforço de operação em Portugal e crescimento para lá da fronteira, a começar por Espanha.

As instalações na Junqueira, com 3500 metros quadrados de área coberta são agora o centro nevrálgico da empresa que, entretanto, reforçou a sua capacidade de operação e envio para sul, com um centro de distribuição na Venda do Pinheiro, arredores de Lisboa, que permite ter uma presença mais consistente no sul do país.
Em declarações à Renováveis Magazine, Tiago Cardoso, Diretor de Marketing da SolarShop, confirma o crescente músculo da empresa num contexto de aumento da preocupação global com a questão da energia limpa e a correspondente busca de soluções “que ofereçam mais sustentação em termos de isolamento da rede elétrica”.
“Com o eclodir da guerra na Ucrânia verificámos um aumento da procura em sistemas off-grid, isolados da rede pública por causa da possibilidade da escalada de preços da energia e, nessa medida, um fator negativo, pois a guerra nunca será positiva, acabou por aumentar as vendas nesse segmento”, referiu Tiago Cardoso.
A oscilação nas políticas públicas de subsidiação da transição energética têm funcionado como condicionante do desenvolvimento do mercado. Sobre esta questão, Tiago Cardoso admite que a volatilidade dos apoios tenha tido esse efeito em alguns sectores, porém, considera que no setor fotovoltaico a situação foi um pouco diferente, “até porque, na Europa, existem metas para cumprir com o horizonte 20-30, no sentido da descarbonização e, nessa medida, o rumo está identificado e estabelecido.”
Dinheiro “congelado”
“Neste momento sentimos alguma dificuldade, não tanto devido às guerras no Médio Oriente e na Ucrânia, mas, sobretudo, com a questão do atraso do PRR, desde novembro do ano passado, na sequência da mudança de Governo. É dinheiro que está congelado e que deveria alavancar projetos na indústria e na agricultura. Alguns dirão que as metas de descarbonização são apertadas, no entanto, se não forem cumpridas respeitando a calendarização inicial, então, serão mesmo impossíveis de cumprir. Podemos estabelecer metas de 5 ou 10 ou mesmo 20 anos mas, depois, é necessário criar as condições para que tal seja possível sem interrupções, como acontece com esta questão do PRR, pois há um ano que os setores industrial e comercial têm dificuldades em mobilizar fundos comunitários para investir em projetos com importantes componentes de energia fotovoltaica ”, acrescenta o Diretor de Marketing da Solarshop.
“De qualquer forma, há mais sensibilidade para o investimento nesta área, o capital está mais acessível, o retorno dos investimentos é cada vez mais rápido, os equipamentos fotovoltaicos, painéis e inversores, registaram nos últimos dois anos quedas acentuadas de preço e o mercado das baterias está em desenvolvimento acentuado. Aliás, este sector do armazenamento beneficia de uma reorientação das células de lítio que estavam inicialmente destinadas ao mercado automóvel e que, devido a dificuldades desse mercado a nível mundial, têm sido escoadas para o mercado fotovoltaico”, explica Tiago Cardoso.
Baterias a crescer
Sobre as expectativas de negócios do setor para 2025, Tiago Cardoso considera que o armazenamento deverá ser a “estrela da companhia”, com forte crescimento: “Arriscaria dizer que vão arrancar as instalações de maior dimensão nos sectores industrial e comercial. Em termos mais específicos, na Solarshop vamos potenciar a operação do novo centro de distribuição que abrimos recentemente em Lisboa. Aliás, vamos deslocalizá-lo cerca de 1 quilómetro pois foi necessário aumentar a área disponível de 500 para 2000 metros quadrados. Este aumento de capacidade vai trazer-nos mais disponibilidade de stock para os clientes que vão levantar em loja, melhores condições para colaboradores e maior aptidão e rapidez logística para a zona de influência desde Santarém para sul, pois a grande dificuldade, até agora, era o transporte para sul. Com este centro de distribuição ganhamos capacidade e agilidade para sul do país e, eventualmente, num momento posterior, para Espanha”.
O dia de aniversário na Solarshop terminou com música, brinde e bolo. Numa curta intervenção perante os convidados, Pedro Lima, CEO da empresa, não deixou de lembrar a importância das origens, vincou a importância de “nunca perder a noção de onde viemos, de oferecer um serviço de qualidade e construir uma relação de proximidade com os clientes”. Agora, venham mais treze anos…
A Solarshop distribui e comercializa módulos solares, inversores, baterias, soluções off-grid e kit’s de autoconsumo, serviços de planeamento de instalações e assistência técnica. Com dois centros de distribuição, na Junqueira, Ansião, e na Venda do Pinheiro, Lisboa, tem atualmente 38 colaboradores. Este ano, os negócios deverão crescer cerca de 5%.
Texto e fotos por Carlos Saraiva
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