A capital espanhola estava debaixo de um manto de nuvens no dia 29 de outubro. Havia chegado finalmente o dia do evento da GoodWe, que viria a juntar parceiros distribuidores e instaladores de Espanha e Portugal, para uma partilha de novidades da marca.
Depois de um pequeno-almoço de boas-vindas, coube a Carlos Martinez, Country Manager Iberia, receber os participantes, numa sala do edifício principal do Circuito de Jarama com vista direta para a linha de saída da pista. A partida, lançada pelo Country Manager, foi forte. “Queremos estar mais próximos dos instaladores”, começou por dizer Carlos Martinez, explicando que a nova estratégia da GoodWe para Espanha passa por captar a essência dos fabricantes, apresentar a equipa local e reforçar a sua presença na Ibéria. “Estamos presentes em muitos países europeus e temos, aqui, uma equipa muito completa”, continuou. Na sala, foram chamados a falar Nuria Tabanera Serrano (Marketing Manager Iberia), Luís Fariza (Product Manager Residencial e Armazenamento), Faisal Bouchotrouch (Product Manager C+I), Sérgio Alabau (Customer Success Manager), José Gámez (Responsável Pós-Venda), Amanda Martín (Responsável Pré-Venda) e Miguel Beltrán (Grid Code Manager), que se apresentaram e explicaram a sua respetiva função na empresa, tendo ainda sido referido Jorge García, colaborador que não estava presentes.
“Este é um evento diferente”, desafiou Carlos Martinez. Ao explicar como se iria desenrolar o dia, o Country Manager revelou que os planos originais poderiam não se concretizar, devido à chuva, espelhando de certa forma a realidade atual do mercado fotovoltaico que precisa de se ajustar para prosperar. “A situação em Espanha é complicada. O segmento residencial está a baixar, apesar do mercado industrial estar bastante consolidado. Estamos a fazer tudo o que podemos para ultrapassar esta fase mais difícil e para apoiar os nossos parceiros. Existem muito fabricantes e é preciso fazer melhor para continuar”, explicou com sinceridade Carlos Martinez, assegurando que a GoodWe tem ouvido as necessidades de cada mercado, abrindo assim o caminho para o próximo interveniente, Javier Muñoz, da APPA.
A APPA, Associação de Empresas de Energias Renováveis, é uma entidade sem fins lucrativos que agrupa empresas que têm como objetivo aproveitar as fontes de energia renováveis em todas as suas formas. Sendo a APPA uma das associações parceiras da GoodWe, Javier Muñoz, Diretor de Comunicação e Relações Internacionais, aceitou o desafio para partilhar as reflexões da associação sobre o atual mercado espanhol. “Temos de aumentar a demanda elétrica para os 30% até 2030. Possível? Talvez não”, explicou. Com estudos anuais desde 2008, Javier Muñoz mostrou o patamar do consumo de energia em 2023, revelando que 47,9% recaiu sobre produtos petrolíferos. Por sua vez, a evolução da eletricidade, que se aproximou dos 25%, contava com metade da geração proveniente de energias renováveis. Apesar de não contabilizar o autoconsumo, segundo o Diretor de Comunicação, o objetivo é subir para 81% a energia verde, até 2030. “As metas da próxima década implicam instalar 103 077 MW nos próximos 6 anos. Vamos eletrificar!”, disse com esperança, apesar de apontar que subir de 24 para 32%, na demanda elétrica, não ser assim tão fácil, uma vez que desde 2017 o patamar dos 26% não foi ultrapassado.

No que toca ao autoconsumo, Javier Muñoz explicou que em 2023 a demanda elétrica esteve ao nível da pandemia. “Nós vamos consumir cada vez mais eletricidade e o autoconsumo vai ser cada vez mais importante”, continuou, explicando que aqui os inversores e as baterias são fundamentais no mercado elétrico. “O que podemos fazer com a energia excedente” indagou, se não forem utilizadas baterias? “A instalação de baterias é justificada pela diferença de preços da eletricidade ao longo do dia. A curva de pato é o resultado das estratégias de oferta. Há horas do dia em que o custo é praticamente zero e outros em que é alto. Preços mais baixos a uma hora e muito altos noutras. Temos de ser conscientes nos próximos anos. As baterias vão ser muito importantes”, rematou.
Por Sara Lopes
Para ler o artigo completo faça a subscrição da revista e obtenha gratuitamente o link de download da “renováveis magazine” nº60. Pode também solicitar apenas este artigo através do email: a.pereira@cie-comunicacao.pt
Outros artigos relacionados
- Artigo “A transição energética e o futuro do trabalho no setor energético” da edição 57 da renováveis magazine;
- Reportagem “Todos têm lugar na transição energética da SolarEdge” da edição 54 da renováveis magazine;
- Artigo de Opinião “2020, o ano da transição energética e digital” presente na renováveis magazine;